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    • Estagflação sustentada
    • Escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia
    • Competição Estados Unidos-China
    • Desaceleração econômica da China
    • Dificuldades nas cadeias de suprimentos
    • Políticas climáticas
    • Vulnerabilidades cibernéticas
    • Possíveis novas ondas de covid-19
    • Capacidade de pagamento das dívidas em mercados emergentes
    • Política na União Europeia.

    Estas são as dez principais ameaças às empresas que buscam fazer negócios internacionais nos próximos três meses, segundo o Relatório Global de Riscos de Negócios, divulgado pela CIAL Dun & Bradstreet. Este estudo, desenvolvido em parceria com a Dun & Bradstreet Worldwide Network, utilizando a maior base de dados comerciais do planeta, conta com mais de 10 milhões de atualizações diárias sobre mais de 460 milhões de empresas em todo o mundo. O levantamento demonstra uma piora neste terceiro semestre, sendo um dos piores resultados desde quando o estudo começou a ser realizado no primeiro trimestre de 2018.

    O balanço aponta para um cenário desafiador para as empresas. O estudo considerou empresas localizadas em 132 países, incluindo Brasil, que foram monitoradas pela CIAL D&B e que correspondem a 99% do PIB global.

    Para chegar nesta lista, economistas da D&B Worldwide Network estabeleceram uma pontuação em que é calculado cada cenário de risco por meio de avaliações. A primeira se refere à magnitude do efeito provável do cenário no ambiente operacional, em uma escala de 1 a 5, de menor e maior impacto, respectivamente. E a segunda avaliação é relacionada à probabilidade de ocorrência desses eventos de até 100 pontos para cada um dos cenários de riscos.

    As pontuações de cada cenário são utilizadas para calcular a situação geral do estudo, que aumentou para 321 pontos no terceiro trimestre de 2022, ante 315 no segundo trimestre, o que indica uma piora no ambiente de risco. Quanto maior a pontuação, maior o impacto global. Em comparação com o estudo do segundo trimestre, a maioria dos cenários de risco piorou ou permaneceu no mesmo nível, com alguns novos riscos surgindo.

    O estudo detalha ainda que embora a pontuação tenha aumentado no terceiro trimestre, ainda está abaixo dos 332 pontos registrados no segundo e terceiro trimestres de 2020 devido à pandemia.

    “Acho importante ressaltar a importância deste ranking para empresas que fazem negócios em outros países. A pontuação final do GBS [Global Business Impact] neste terceiro trimestre cresceu, e cresceu consideravelmente em relação a níveis já elevados. Isso significa que o futuro será ainda mais desafiador para empresas que precisam manter um ecossistema global”, afirma Marcos Maciel, CEO da CIAL Dun & Bradstreet no Brasil.

    O relatório aponta para uma dificuldade ainda maior para os bancos centrais de mercados desenvolvidos em manter a credibilidade, pois lutam para transmitir sua capacidade de conter a inflação e mantê-la dentro ou próxima de sua meta declarada.

    “A incapacidade dos bancos centrais de controlar a inflação de forma confiável pode sufocar a demanda, enquanto as pressões de oferta que contribuíram significativamente para a inflação permanecem inalteradas. Quanto mais tempo demorar para que a inflação se normalize, maior será a expectativa de que os aumentos sucessivos de juros terão de ser ainda mais dramáticos”, diz Maciel.

    Estagflação e guerra entre Rússia e Ucrânia: líderes de risco

    A pontuação do indicador “estagflação sustentada”, que lidera a lista, chegou a 51, em uma variação que pode chegar a 100. Isso significa que as empresas vão ficar em cima do muro em relação às decisões de contratação e investimento, prolongando um período de crescimento lento e inflação intermitentemente alta.

    Com 48 pontos, a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia ficou em segundo lugar por conta do cenário da Europa se desvincular do fornecimento de gás russo, o que pode levar a Rússia a castigar membros da União Europeia cortando drasticamente o fornecimento de gás, o que traria riscos no fornecimento de energia para as empresas, em especial as Europeias.

    A desaceleração econômica da China também tem se tornado mais preocupante a cada trimestre do estudo. O relatório mostra que a meta de crescimento do país de 5,5% está cada vez mais fora do alcance e que o foco agora é conter os danos. “Até agora, o apoio à política fiscal e monetária não conseguiu reativar os motores de crescimento, enquanto o ambiente econômico global também piorou. A desaceleração da China agora provavelmente prejudicará ainda mais os mercados emergentes asiáticos e os exportadores de commodities”, diz o estudo.

    “Todos os riscos elencados no estudo acendem um sinal de alerta para as empresas que operam internacionalmente. Segundo o relatório, é necessário que elas possuam planos de contingência para a interrupção repentina de cadeias de suprimentos aparentemente seguras e aumentem a conscientização sobre o ambiente econômico global e os desenvolvimentos geopolíticos”, declara Maciel.