Com países e empresas de todo o mundo lutando contra a inflação induzida pela pandemia e o aumento dos preços das mercadorias devido a perturbações nas cadeias de abastecimento globais, a crise internacional atual torna as perspectivas econômicas globais ainda mais obscuras e voláteis. E, acrescentando a crise humanitária na Europa, temos redução do fornecimento de energia, sanções severas que afetarão a segurança alimentar e o declínio na produção de tecnologia como consequência da queda do fornecimento de metais raros. Qual poderá ser o impacto para os países da América Latina?
Impactos nas cadeias de abastecimento globais
Segundo a Dun & Bradstreet, pelo menos 370.000 empresas em todo o mundo confiam nos seus fornecedores russos, enquanto 241.000 empresas confiam nos seus fornecedores ucranianos. Dentre os países mais afetados encontram-se os Estados Unidos, Canadá, Itália, Austrália, China e Brasil. Mas o impacto atingirá muitas outras economias.
Um dos pontos centrais de discussão são os baixos níveis de armazenamento de gás na Europa, atingindo apenas 33% da sua capacidade total. Na sequência das sanções da UE contra a Rússia, a Alemanha teve de suspender o gasoduto Nord Stream 2 e com ele os 30 mil milhões de metros cúbicos de gás que abasteceriam o continente até 2022. A curto prazo, os preços do gás e da energia permanecerão elevados, além de manter a pressão sobre as cadeias de abastecimentos globais.
Este relatório dos especialistas em dados comerciais Dun & Bradstreet destaca o impacto comercial que essa crise global terá e como ela criará um efeito de ondulação nas cadeias de abastecimento, com maior impacto na Europa mas, com repercussões noutros continentes.
Qual será o impacto na América Latina?
A curto prazo, as sanções impostas à Rússia terão impacto nas matérias-primas, e as empresas terão que redirecionar as suas cadeias de abastecimento. A América Latina destaca-se com vários países que funcionariam como fornecedores alternativos para cobrir estas necessidades.
No caso do cobre, o Chile é uma das principais opções de fornecimento mundial do mineral, com reservas de até 200 milhões de toneladas métricas. Já o Brasil destaca-se como um importante fornecedor de materiais a nível mundial, com recursos como o minério de ferro, o próprio ferro e o aço. Também se destaca na produção agrícola de milho, uma posição que partilha com a Argentina, fornecedor alternativo do grão. No caso do México, a sua indústria e os seus recursos fazem dele uma opção viável para abastecer o mercado de cabos isolados e uma vasta gama de condutores eléctricos.
Que medidas ou práticas as empresas devem considerar para este cenário?
Com a incerteza generalizada, tanto nos mercados como nas economias, o impacto deste sentimento pode ser motivo de preocupação se as empresas não estiverem suficientemente preparadas para compreender e enfrentar os riscos nas suas cadeias de abastecimento. Algumas das ações ou práticas recomendadas por especialistas incluem:
- Equilibrar e reavaliar o risco dentro da carteira de clientes da empresa
- Monitorar tanto os fornecedores como as cadeias de abastecimento a diferentes níveis e os riscos associados
- Utilizar tecnologias ou soluções para gerir o risco por meio de dados e informações estratégicas, tornando processos transparentes para uma melhor tomada de decisão.
- Identificar alternativas-chave, tanto fornecedores como produtos, para determinar qual poderá ser o impacto e o risco associado
- Investir em tecnologia para reforçar a agilidade das cadeias de abastecimento da empresa a longo prazo
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