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  • A pontuação do Dun & Bradstreet Global Business Impact para os próximos meses de 2023 indica que os riscos enfrentados pelas empresas no cenário mundial continuam altos, seguindo as tendências desafiadoras dos últimos anos. Dentre eles, as decorrências de mudanças na ordem geopolítica e um declínio para a estagflação (crescimento lento e alta inflação) pautam as preocupações. 

    Para que você esteja preparado para os desafios, preparamos um conteúdo completo com os principais pontos indicados pelo relatório da D&B

    Alguns cenários de risco pioraram ou ficaram no mesmo patamar, enquanto alguns novos marcam presença em nosso radar.  Vamos decifrar alguns temas e números do relatório que merecem atenção das empresas para esse semestre. Confira!

    Os 10 principais temas de risco do GBRR

    Para um entendimento mais fluido das questões, de 1 a 5 listamos os riscos de acordo com seus possíveis impactos na economia global, enquanto os de 6 a 10 são relacionados à questões geopolíticas no planeta:

    • Deslize para a estagflação:

    Risco de congelamento de crédito devido à política monetária rigorosa e falências bancárias pode causar desaceleração nos EUA e na UE, afetando exportações para esses mercados e seus parceiros comerciais na Ásia, Europa e América Latina. 

    O núcleo da inflação pode permanecer alto, dificultando os bancos a justificar cortes nas taxas. Grandes economias podem entrar em recessão, gerando um longo período de crescimento lento e alta inflação, com risco significativo (pontuação GBI 43).

    • Contágio do setor financeiro:

    As falências dos bancos americanos e do Credit Suisse influenciam mais esse risco econômico, ao deter o investimento de bilhões de dólares em ações e títulos que seriam feitos. Como qualquer sinal de problema em um grande banco pode desencadear pânico entre os agentes globais do mercado financeiro, a pontuação do GBI para esse risco é avaliada como 30 com probabilidade modesta, mas impacto muito alto.

    • Dificuldades da Cadeia de Suprimentos:

    As dificuldades relacionadas ao COVID no fornecimento de mercadorias ficaram para trás e a cadeia de suprimentos caminha para sua normalização, com alguns fatores geopolíticos ainda provocando sanções e controles de exportações. 

    Mais recentemente e no curto prazo se prevê os riscos de países se esforçando para garantir matérias-primas críticas que suportam setores do futuro, como baterias de carros elétricos. A pontuação do GBI para o tema diminuiu após a normalização pós-pandemia, mas ainda apresenta riscos com 27 pontos.

    • Instabilidade social:

    O aumento do custo de vida para as populações que sofreram com a pandemia e agora enfrentam perspectivas econômicas ruins continuam no centro das atenções. 

    Insegurança alimentar aguda prevista por impactos climáticos nas produções e alta dos alimentos, pressões inflacionárias podendo se espalhar para a saúde e a educação, efeitos em cascata de uma desaceleração do comércio global são sentidos fortemente no radar, criando condições para o surgimento de protestos espontâneos nas ruas. Com uma pontuação GBI de 23, esse risco continua a ser observado.

    • Teto da Dívida dos Estados Unidos:

    Com um Congresso dividido no primeiro semestre do ano, a suspensão ou aumento do teto da dívida do governo dos EUA ameaçava um calote por parte do país. 

    Os riscos de um caos financeiro e econômico, com uma possível recessão global assustavam os analistas, porém foram evitados no começo de junho, com a aprovação do projeto para suspender o teto da dívida pública do país, não configurando mais uma ameaça apontada pelo GBI, realizado antes da votação.

    • Concorrência EUA-China:

    Os esforços dos EUA para ampliar o escopo de sua dissociação tecnológica da China ganha ritmo, incluindo países parceiros que vão sendo cada vez mais forçados a escolher lados. Uma retaliação da China no espaço econômico é calculada, assim como a falta de cooperação entre as potências em questões comerciais, climáticas e no acordo renovado de mísseis da Coréia do Norte. 

    Os riscos operacionais/de continuidade e os custos de conformidade para as empresas aumentam significativamente. Além de uma potencial série de ações relacionadas à segurança na região da Ásia-Pacífico. A pontuação do GBI para esse cenário aumentou para 51.

    • Escalada do conflito Rússia-Ucrânia:

    O cansaço ocidental com a guerra e a suspensão do lado russo no acordo de escoamento da produção de grãos da Ucrânia pelo mar Negro (que renova a pressão sobre os preços de alimentos no mundo) clamam por negociações e pressionam a adesão rápida da Ucrânia à Otan, que não é uma unanimidade. 

    Decidir se a Ucrânia ingressará na Otan é uma das questões de segurança europeias mais fatídicas que ameaçam altos riscos geopolíticos para o mundo. Podendo provocar o conflito direto dos EUA com a Rússia, com o risco de armas nucleares táticas serem usadas, foi atribuída uma pontuação GBI de 48 a esse cenário de risco.

    • Instabilidade política nos mercados em desenvolvimento:

    Ameaça prevista com base na eleições na Turquia e na Tailândia que poderiam levar a protestos violentos de ambos os lados. Agora – passadas as eleições depois da elaboração do GBI – o resultado na Turquia com vitória de Erdogan continua preocupando o cenário mundial com especialistas indicando mais medidas autoritárias e uma aproximação da Rússia. 

    Na Tailândia, a vitória da oposição reformista ainda mantém um cenário de possível ebolição pela rejeição de Pita, o presidente eleito, no Parlamento.

    • Políticas Climáticas:

    Enquanto os governos definem suas posições entre aqueles que desconsideram progressos em direção às metas climáticas e os que vão em direção a elas, as empresas continuarão sofrendo com a incerteza e a fragmentação do comércio impactado por diferentes políticas. Países altamente vulneráveis ​​em relação à insegurança energética, poderão ser forçados a buscar paliativos, como o carvão.

    • Vulnerabilidades cibernéticas:

    O ciberespaço é um campo de batalha conveniente e de baixo custo para os Estados-nação em conflito e as empresas privadas podem frequentemente se tornar danos colaterais nessa batalha. À medida que as tensões geopolíticas aumentam, também aumentam os níveis de ameaça no ciberespaço. O GBI avaliou a pontuação para este cenário de risco em 22.

    Entendendo o Dun & Bradstreet Global Business Risk Report 

    O GBRR classifica as maiores ameaças globais aos negócios por semestres, atribuindo uma pontuação a cada cenário de risco com base no seu potencial impacto nas empresas. As pontuações dos 10 principais riscos são usadas para calcular uma pontuação geral do Global Business Impact (GBI).

    Após uma piora geral do ambiente de risco, a pontuação para o segundo semestre de 2023 ficou ligeiramente acima da classificação de 314 no primeiro semestre do ano, aumentando para 317. 

    Considerado acima da média de longo prazo de 274, o número indica que as perspectivas para fazer negócios internacionais continuam desafiadoras.

    A definição dos 10 principais riscos é baseada na análise da equipe de economistas da Dun & Bradstreet, que monitora 132 países/regiões que respondem por mais de 99% do PIB global. Cada um dos cenários é categorizado combinando uma avaliação de magnitude, escala e probabilidade.

    Como as empresas podem se preparar para os riscos?

    Com uma tendência ainda alta de riscos para o cenário dos negócios nos próximos meses – e anos, cabe às empresas e seus líderes prepararem cada vez mais seus processos e suas equipes em direção à resiliência e inovação. 

    Os tomadores de decisão de negócios precisam ter planos de contingência e alternativas inovadoras para a interrupção repentina de cadeias de suprimentos aparentemente seguras, como também precisam aumentar a conscientização sobre o ambiente econômico global e os desenvolvimentos geopolíticos que impactam seus negócios. 

    Atualização constante, previsão segura de cenários e tendências, além de recursos tecnológicos que facilitem mudanças dinâmicas são essenciais para mitigar os riscos empresariais do presente e do futuro, dado às características de muitas tensões que ainda pretendem incomodar a economia global por anos.