‘Cooperação em um mundo fragmentado’. Esse foi o tema que norteou as discussões em Davos, na 53ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial. Diante de acontecimentos que mudaram a forma do mundo todo se relacionar, é urgente o entendimento e a adoção das práticas ESG pelas empresas, no contexto de cooperação global.
Além da importância cada vez maior do ESG, os resultados apresentados no Relatório de Riscos Globais 2023 apontam para questões que pareciam já ter sido superadas. Os últimos acontecimentos, como a pandemia e a Guerra na Ucrânia, trouxeram de volta a preocupação com crises de energia e alimentos, inflação, segurança e custo de vida, por exemplo.
Uma das consequências desse cenário, de acordo com o documento, é o cenário de múltiplas crises, ou seja, o contexto vivido nos últimos anos impactou na eclosão de diversos riscos globais, bastante conectados. Esse cenário complexo vai exigir de empresas, governos e sociedade, a liderança e protagonismo para enfrentar várias crises ao mesmo tempo.
E como as empresas podem encontrar soluções para sobreviver a esse cenário, aliando práticas ESG e o gerenciamento de questões globais que impactam em sua rotina e dia a dia?
Essa é a reflexão proposta neste conteúdo. Confira agora!
ESG é mudança estrutural
A pauta socioambiental tem recebido atenção especial nos últimos anos e, consequentemente, aparecido com frequência no relatório de riscos do Fórum de Davos.
E o termo socioambiental vai muito além da sustentabilidade. Atualmente, não é mais possível que uma empresa ignore pessoas, o cenário do mundo e o meio ambiente em suas tomadas de decisões.
Lideranças precisam estar cada vez mais atentas às transformações pelas quais o mundo vem passando e, claro, adequar seus negócios a essa realidade.
A sustentabilidade dos negócios está cada vez mais dependente da percepção e tomada de decisões pensando nos riscos envolvidos em cada transação. Antecipar-se e se precaver para mitigar os riscos de situações “imprevisíveis” deve fazer parte de todo cenário e planejamento das organizações.
Por isso, podemos afirmar que a demanda ESG não é pontual. Ela veio para ficar e exigir que as empresas olhem para essas questões de forma inteligente para enfrentar os desafios globais mais urgentes. Esse é o chamado provocado pelo último Fórum Econômico Mundial.
Com a interdependência da cadeia global de suprimentos com a oferta produtiva do continente asiático, o encontro se dedicou também a debruçar sobre os caminhos de um crescimento sustentável para a Ásia. O continente abriga mais da metade dos usuários de internet do mundo, e a região lidera os investimentos em startups e criação das principais tecnologias do mundo.
E, de acordo com estudiosos e especialistas, uma forma de acelerar a descarbonização das cadeias industriais – incluindo o Escopo 3 – é a utilização da tecnologia para encurtar este complexo caminho em busca da sustentabilidade.
Novos negócios em torno do hidrogênio, da mobilidade sustentável, mercado de carbono… serão muitas as oportunidades e os desafios a serem encarados em prol de um mundo pautado no ESG. As empresas devem olhar para este cenário, portanto, não apenas com uma postura defensiva em termos de proteção de seus negócios existentes, mas com foco em agarrar as oportunidades do amanhã – que já está em curso.
Próxima década marcada por crises
Uma das principais conclusões do Fórum deste ano é que a próxima década será marcada por crises ambientais e sociais, impulsionadas por tendências geopolíticas e econômicas subjacentes.
Apesar disso, a agenda socioambiental está presente na maior parte dos principais riscos para os próximos anos. Isso significa que o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade corporativa precisam ser olhados e executados de forma estruturada.
No cenário das múltiplas crises, como falamos acima, o relatório aponta para um risco chamado de ‘erosão da coesão social e polarização’, que tem relação com perda de capital social e rompimento de comunidades.
Ou seja, a quebra de confiança nas relações pode provocar efeitos intensos, que afetam, inclusive, a cadeia de fornecedores das empresas e as transações realizadas entre elas.
Perspectivas futuras e como se adequar ao novo cenário
Os apontamentos do Fórum de Davos nos mostram que o mundo e as relações tornam-se ainda mais complexos a cada ano, sendo necessário, de forma ainda mais organizada, o mapeamento, a classificação e o estudo dos riscos aos quais as organizações estão expostas.
Empresas e suas lideranças precisam estar cada dia mais preparadas para enfrentar os diversos e imprevisíveis cenários para a mitigação dos impactos.
Com base nisso, apontamos ações que contribuam para a estruturação necessária, diante do futuro próximo previsto neste Fórum Econômico Mundial:
Se sua empresa ainda não pensa no modo ESG, é hora de se atualizar.
A cada dia, as ações de cunho Ambiental, Social e de Governança, avançam nos termos de boas práticas para os negócios. O Fórum de Davos veio mostrar que as corporações precisam focar nos processos otimizados e alinhados dentro do conceito ESG, para contribuir nas pautas globais que envolvem as questões.
Preparação e antecipação são palavras de ordem no cenário para os próximos anos. O Fórum deixou claro as preocupações e riscos existentes para futuras crises de diversas ordens.
Qual o seu grau de informação sobre sua cadeia de fornecedores? Esse é um ponto importante a se considerar diante de um ambiente de instabilidade e perda de confiança. Saber com quem sua empresa se relaciona é fundamental para proteger a imagem da sua companhia em casos extremos.
Apoie-se em dados e tecnologia para envolver os processos e as tomadas de decisão de sua empresa.
Os desafios previstos para os próximos anos, de acordo com os apontamentos do Fórum, são muitos. Mas o momento é de reflexão para a ação. Cada um contribuindo e apontando soluções que coloquem a sociedade e as organizações em perspectiva para o futuro.