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  • Ainda pode parecer surreal para muitos, mas já é uma realidade: a criação de universos paralelos está em curso, o que tende a mudar – e muito! – diversos aspectos das relações no âmbito pessoal e corporativo.

    Para as empresas, o muitas vezes desconhecido mundo tecnológico impõe discussões que partem de dúvidas acerca de importantes cruzamentos entres os dois universos e suas implicações. 

    Como serão aplicadas as regras de compliance no Metaverso? 

    Como se preparar para estender regras de negócio e políticas para estes novos ambientes virtuais? 

    Diante de mudanças de grandes proporções, os riscos de uma companhia não estar pronta para o Metaverso são reais. Para você que deseja estar preparado, reunimos aqui algumas informações relevantes sobre a relação entre tecnologia, Metaverso e o Compliance. Confira agora!

    O que você precisa saber sobre o Metaverso? 

    Ainda que o conceito do Metaverso não seja conclusivo, ele é um ambiente tecnológico que estabelece uma realidade paralela em que as pessoas poderão existir em uma versão virtual – interagindo entre si e com marcas, consumindo produtos e serviços.  

    Apesar de ser, por muitos, relacionado ao anúncio feito por Mark Zuckerberg a respeito, o termo Metaverso foi citado pela primeira vez no início da década de 1990, em um livro de ficção chamado “Snow Crash” do autor Neal Stephenson. Os melhores exemplos práticos atuais são relacionados ao mercado de games, que seguem avançados tecnologicamente, em engajamento do público e lucro.

    Outro ponto fundamental a entender a respeito da realidade tecnológica que vem sendo criada, é desvincular a necessidade de uso de óculos de realidade virtual para se ter acesso ao Metaverso. A proposta deste novo ambiente, onde pessoas e empresas poderão coexistir, é que computadores, celulares e outras plataformas também possam ser utilizadas para tal.

    Apesar de ainda ser muito novo, diversos números mostram que a utilização do Metaverso tende a ser acelerada. Segundo levantamento da Gartner, até 2026 a previsão é de que 30% das empresas mundiais tenham produtos ou serviços sendo comercializados no Metaverso. Ao mesmo tempo, dados da pesquisa mostram que neste mesmo período 25% da população mundial deve passar ao menos 1 hora por dia em um ambiente virtual.

    É fato que, hoje, o Metaverso está longe de ser uma realidade concluída, estando em desenvolvimento pelos principais centros de tecnologia do mundo. No entanto, neste contexto, enquanto algumas empresas aguardam uma definição mais clara de como o Metaverso será reproduzido na prática, muitas outras já deram os primeiros passos nas experimentações tecnológicas que o ambiente permite. 

    Em todos os casos, o fundamental é transformar o Metaverso em uma importante pauta de debate nas mesas de reuniões corporativas, para se preparar para as implicações que fatalmente este novo mundo tecnológico irá impor às empresas. 

    Fortnite: o primeiro grande case de sucesso do Metaverso

    O maior exemplo disso na atualidade é o game Fortnite, que vem sendo utilizado como plataforma para diversos lançamentos de produtos, shows, parcerias de engajamento e criação de nova audiência. A partir de um mercado já mais aberto às novas tecnologias, o game mostra o potencial do metaverso para novos negócios – além de iniciativas possíveis dentro de organizações já existentes.

    Não é adepto aos games e não conhece o Fortnite? Os números não deixam dúvidas sobre a dimensão que o jogo atingiu: o game atingiu a marca de 1 bilhão de dólares em faturamento em apenas dez meses.

    Diante das experiências já proporcionadas via Metaverso pelo Fortnite, é possível perceber como é exatamente o “não ser real” e suas infinitas possibilidades que atrai o interesse de tantos. Em shows promovidos via realidade virtual, por exemplo, quem estava assistindo teve a oportunidade de “encontrar” o artista em uma experiência individual – além dos cenários interativos espalhados pelo ambiente. 

    Enquanto muitos ainda entendem o Metaverso como algo distante ou focado nos jogos virtuais, o Fortnite comprova a cada nova ação as mais diversas possibilidades que a tecnologia apresenta – que vão desde experiências imersivas de marca, iniciativas do varejo com compras online, criação de uma comunidade, entre muitas outras. 

    De outro lado, também já é possível perceber pela aplicação prática do Metaverso os mais diferentes debates a serem travados para que se cheguem em respostas plausíveis dentro da nova realidade – desde doenças psicológicas relacionadas à dependência de uma realidade virtual agora presente na  Classificação Internacional de Doenças da OMS, até as definições de uma legislação que contemple a responsabilidade individual e coletiva nesses novos ambientes. 

    Qual a relação entre Metaverso e compliance?

    A partir deste contexto já é possível começar a entender os desafios que empresas ao redor do mundo já precisam enfrentar para se preparar para o Metaverso. 

    Com cifras astronômicas em investimentos no desenvolvimento do Metaverso pelo mundo e potencial ganho financeiro, tem se percebido um aumento na adesão ao novo mundo virtual por parte de empresas globais.  

    Neste contexto, dois pilares principais precisam ser considerados: 

    Debates jurídicos

    Intrinsecamente relacionados ao Compliance, são diversos os debates jurídicos sobre a aplicação da lei neste novo ambiente – entre os que já vêm sendo alvos de discussão e aqueles que ainda sequer podem ser mapeados. 

    Afinal, a representação das pessoas no Metaverso (avatares) possuem quais direitos e deveres? De que forma a LGPD será aplicada nas relações estabelecidas entre pessoas físicas e jurídicas no universo tecnológico? São diversas dúvidas sem resposta, sendo crucial que as empresas estejam atentas à evolução dessas tratativas.   

    Riscos desconhecidos

    Como o Metaverso segue como uma tecnologia emergente, ainda em evolução, naturalmente o novo ambiente apresenta riscos ainda não mapeados, o que dificulta a análise por parte das companhias.

    Além disso, mesmo os riscos já identificados pelos debates jurídicos estabelecidos podem ser agravados com o decorrer do uso das tecnologias – especialmente pelo potencial alcance viral apresentado pelas plataformas digitais.

    Nesse sentido, espera-se que empresas entendam o fôlego de investimento tecnológico e mapeiem o cruzamento entre as oportunidades que pretendem abraçar com os riscos que a corporação está disposta a correr, acompanhando essa balança constantemente ao longo dos próximos anos.

    Ainda sem se ter a dimensão de sua proporção, é possível entender que toda uma nova economia vem sendo criada a partir do desenvolvimento do Metaverso. E com toda sua complexidade, existem, hoje, um número muito maior de perguntas do que respostas. 

    O importante é colocar as dúvidas na mesa e discutir formas de atuação da empresa, alinhando questões que sejam parte da essência de cada companhia – sem abrir mão das oportunidades no novo mundo que se apresenta.